sábado, 29 de setembro de 2012

Seguir em Frente

A Estrada é sempre longa...e vai sempre em frente.
 
Às vezes vemos curvas, ou mesmo pedras no caminho...algo que nos faz mudar a rota...mas a estrada segue sempre em frente.
 
Nem a chuva, nem o sol, nem as nuvens negras e a tempestade nos fazem parar, pois nossos passos são automáticos, indo em direção ao horizonte...ou além dele...ou simplesmente parando.
 
Às vezes a tempestade chega tão de repente, e é tão forte e devastadora...que procuramos algum lugar para nos esconder...algum lugar quieto e sem dor...sem frio...sem sentido.
 
Procuramos nós mesmos...dentro de nós mesmos.
 
Nos escondemos debaixo de uma árvore solitária chamada solidão, na curva da estrada do deserto...ao ponto de pensarmos que essa tal árvore nos protegerá de tudo...quando na verdade ninguém vai nos proteger de nada senão nós mesmos...com ou sem árvore no caminho.
 
Caminhamos descalços...sem dor nos pés calejados, que seguem sem fazer barulho...apenas repetindo o movimento de nos levar para a frente...nunca para trás...nunca.
 
Repetimos os movimentos dos pés e dos pensamentos vagos que desnorteiam nossa mente em meio à grande estrada que segue em frente...sempre em frente.
 
Pensamos na nossa própria companhia...se ela realmente valerá à pena a viagem toda...e a resposta vem de dentro de nós...dita por nós mesmos...mas demoramos para ouvir nossa própria voz.
 
A voz do pensamento solitário vaga durante muito tempo até ganhar algum sentido. O sentido que estávamos procurando para ela...ou mesmo o sentido que inventamos para ela.
 
Sentido que nem sempre faz sentido.
 
Sentido que traz as verdades de toda essa estrada...todas as verdades.
 
E quando elas chegam...não são verdades...não são nada..são apenas ventos que nos fazem fechar os olhos e não enxergá-las...ou desejar não enxergá-las.
 
Mas quando realmente se torna necessário abrir os olhos para continuar a enxergar a estrada e continuar andando, acabamos por enxergar as verdades que esta estrada nos trouxe, e então essas verdades passam a fazer parte do caminho percorrido, e você vê que essas verdades fazem parte de você (querendo ou não) e você passa a compreender que sempre há duas escolhas.
 
Fingir que elas são mentiras inventadas pela sua mente, ou transformar essas verdades em cartas na manga, para quando chegarem as mentiras trazidas pela estrada, você as combater com as verdades.
 
E a estrada vai seguindo, e quando nos damos conta, não estamos sozinhos...estamos com nós mesmos.
 
A estrada segue em frente.
Sempre em frente.